domingo, 4 de outubro de 2009

Tóquio: Papel cumprido; Favoritismo para 2020.


A maioria da imprensa - pra não dizer sua totalidade - já imaginava que Tóquio não fosse escolhida como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

O projeto, baseado na curta distância entre os locais das provas em relação a Vila Olímpica, e a preocupação com a parte ecológica foram fatores que poderiam colocar Tóquio na final.

Ao menos, Tóquio já têm uma maquete pronta para 2020, pois se formos pela lógica, os Jogos provavelmente voltam pra Ásia, ou vão pra Oceania - isso se não vier alguma cidade sul-africana surpreender da mesma forma que o Rio -, daí o amplo favoritismo nipônico.

A campanha japonesa foi a que atacou menos, preferiu a sua calma, típica dos japoneses.
Comportamento coerente, se levarmos em conta que Madrid e Rio iriam ficar trocando farpas do início ao fim, e que Chicago apostaria em Obama e cia.

Não houve um erro enorme de Tóquio, talvez o mais crasso tenha sido a declaração do Governador de Tóquio, Shintaro Ishihara que afirmou que "Pode ser que os Jogos de 2016 sejam as últimas Olimpíadas na história da humanidade". Declaração meio desesperadora, mas com um arguento bem forte e contundente:
"O aquecimento global está piorando. Temos que tomar medidas sem as quais os Jogos Olimpícos podem não durar muito", argumentou o político.

Por um lado isso era um claro lobby para Tóquio, que queria fazer uma "Olímpiada Verde", mas ao mesmo tempo, não é uma declaração tão irreal assim.

Para mim, se for com a mesma fórmula, Tóquio vai como favorita para ser a sede dos Jogos de 2020.

Só resta ver se esses Jogos vão mesmo acontecer.

Origem da foto: Associated Press

Chicago: Um fracasso desde o início


Chicago era dada como favorita nas casas de apostas britânicas, mas sempre teve problemas em sua estrutura de campanha.
O primeiro, foi em relação a parte financeira: Quem financiaria? Essa pergunta foi respondida, faltando apenas dois meses para a escolha, o que atrapalhou de certa forma, a campanha norte-americana.

Outro fator que fez que Chicago perdesse a disputa logo de cara, foi a dúvida sobre a vinda de Obama, e a expectativa que havia sobre ele.
O prefeito de Chicago, Richard Daley esperava uma participação mais ativa do presidente Barack Obama, que só participou efetivamente faltando menos de um mês para a votação.
Todos acreditavam que acontecesse o que aconteceu com Londres, quando o então primeiro-ministro Tony Blair conseguiu tirar as Olímpiadas das mãos de Paris, faltando poucos dias.

Obama ainda ficou em dúvida se iria a Copenhagen, pois os EUA ainda passam por uma recuperação financeira, coisa que pelo visto, ainda vai demorar uns dois anos, para que tudo se estabilize.
Discurso descompromissado

O presidente norte-americano foi simples, apenas dizendo que apoiava Chicago. Comportamento estranho se levarmos em conta que a vida política de Obama começou justamente em Chicago, e que foi senador do estado de Illinois.

Já a mulher Michelle, apostou na emoção e na tentativa de comoção.Não deu certo. Talvez pelo horário, ou por ser a primeira sabatina, mas poucos aderiram a Michelle, que foi quem se esforçou mais.

No fim, Chicago teve erros que normalmente, uma representante norte-americana não comete.E fica a incerteza sobre quem vai se candidatar para 2020, pois, como disse Daley, "a chance de uma nova campanha de Chicago é pequena".
Quem irá substituir Chicago? Muitos falam em Los Angeles, outros em Nova Iorque, bem poucos em Miami.

Mas o que dá pra saber é que, se teve algum perdedor nessa escolha, esse perdedor foi Barack Obama, que agiu descompromissado. Prova disso foi que menos de meia hora depois da eliminação da cidade norte-americana, ele já estava retornando para Washington.

Nem o recém eleito primeiro ministro japonês, Yukio Hatoyama , teve esse comportamento.
Foi a partir da queda de Chicago que o Rio começou a abrir vantagem sobre Madrid e Tóquio.
Origem da foto: Reuters

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Começemos os trabalhos.


O Bella Center ficou pequeno para uma alegria sem tamanho, em um dia perfeito para a delegação brasielira, e imperfeito, principalmente para Barack Obama, presidente dos EUA.

Chicago era indicada como favorita pelos apostadores, e a maioria sabia que o confronto seria entre Rio e Chicago.

A vitória brasileira não foi apenas por conta que a América do Sul nunca foi sede;Foi também pela competência da delegação em organizar uma apresentação, que beirou a perfeição.

Os cariocas foram os únicos a falarem o idioma oficial do COI (francês),e isso pesa em uma votação que nem foi a de ontem em Copenhagen.

Lula apostou na emoção, e por incrível que pareça, conseguiu mostrar o quanto o brasileiro queria os Jogos.

Acompanhei a sabatina de Madrid, que foi boa, mas não foi a ponto de deixa-lá em uma final. Tóquio foi política; Chicago foi simplesmente ridícula.

Obama fez um discurso simples, como se fosse de uma pessoa normal, não do presidente da maior potência do planeta, que exerceu cargos importantes justamente no estado de Illinois, justamente aonde fica a cidade norte-americana. Seria bem melhor pro Obama não ter ido e somente mandar a sua mulher Michelle, pois ela, ao menos, tentou - sem sucesso - comover os eleitores.

Já sobre Tóquio, foi uma apresentação bem organizada, coisa de asiático mesmo; sincronizada, mas nem tanto a ponto de garantir votos.

Madrid apostou na mesma moda que o Rio e por isso, até saiu em vantagem.

Pelos três resultados, fica nítido que, quem votou em Chicago, passou a votar no Rio, que Madrid ficou até o fim graças a boa parte dos europeus, ou simplesmente graças ao fato de ter sido a última sabatina feita.

Enfim, o Rio de Janeiro teve uma vitória incontestável, aonde é impossível não falar qualquer coisa, antes de um simples e mero "Parabéns".
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O Blog "Sete Anos de Trabalho" só nasceu graças a esta escolha.
O objetivo é acompanhar de maneira simples e sensata, tudo que irá ocorrer no Rio entre o dia de hoje, até o dia 5 de agosto de 2016, data da cerimônia de abertura, no Estádio Maracanã.
Sejam bem-vindos.

Origem da foto: Associated Press